Desdobramentos

CPI vai ouvir ex-diretora do PS na terça-feira

Odineia da Rosa foi afastada após abertura de sindicância que apura irregularidades no hospital

Foto: Jô Folha - Odineia, em entrevista ao Diário Popular, explicou como funcionava a administração do PS

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as suspeitas de irregularidades no Pronto Socorro (PS) de Pelotas vai ouvir a ex-diretora-geral Odineia da Rosa na próxima terça-feira (16), às 18h. Odineia e o diretor administrativo e financeiro do PS, Misael da Cunha, foram afastados em fevereiro, quando o Executivo instaurou uma sindicância para apurar suspeitas de pagamentos de notas duplicadas a uma empresa de portaria.

Odineia será a terceira pessoa ouvida como testemunha pela CPI. Já foram ouvidos o diretor do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP), Márcio Slaviero, e a secretária de Saúde, Roberta Paganini. Foi Slaviero quem identificou as inconsistências apresentadas à secretária Roberta em janeiro deste ano. A empresa M de Souza Leão LTDA, que prestou serviço de portaria ao PS entre outubro de 2022 e o começo deste ano, teria recebido R$ 270 mil ao longo de quatro notas duplicadas no ano passado. A empresa nega envolvimento em irregularidades

Até o momento, as principais suspeitas recaem sobre o diretor da Cunha que, segundo o depoimento de Slaviero, teria total autonomia para a gestão das contas do PS. Em entrevista ao Diário Popular, publicada em 1º de março, Odineia também afirmou que ele tinha autonomia sobre o setor financeiro. “Todos os que trabalhavam conosco sabiam dessa divisão, inclusive a administração municipal”, disse. “Se houve irregularidade, eu não tinha ciência. Se eu soubesse, com certeza eu teria levado à gestão”, relatou.

Segundo ela, essa divisão de responsabilidade entre os diretores do PS partiu de uma estratégia do governo. “Fiquei chocada pela forma como as coisas foram conduzidas. Mesmo sabendo dessa divisão de responsabilidades, eu não fui chamada para conversar, as coisas foram entendidas e acatadas sumariamente. Fui colocada em meio a um escândalo onde sou inocente e não tenho nenhuma culpa do que aconteceu”, disse na entrevista.

Na oitiva, Odineia deve ser questionada sobre a relação dos setores do Pronto Socorro entre si e com a gestão municipal. “O assunto vai ser esclarecer os pontos, entender onde a Odineia pode contribuir com a verdade para que a gente busque os responsáveis pelos possíveis desvios”, diz o vereador Cauê Fuhro Souto (UB), secretário da CPI que convidou a diretora a prestar o depoimento.

Investigação
O nome da empresa envolvida nas supostas irregularidades só foi descoberto pela CPI no depoimento de Márcio Slaviero. Segundo ele, quatro notas de janeiro, março, setembro e outubro de 2023 foram identificadas com pagamentos duplicados ainda no mês de outubro. Ele afirma que, identificada essa imprecisão, manteve contato por e-mail com da Cunha que, inicialmente, teria admitido que houve erro e pediria estorno à empresa.

Ao longo da troca de emails, segundo Slaviero, o diretor mudou a versão e disse que os pagamentos seriam de pendências da pandemia e que no período a empresa estava com dificuldades para emitir notas. No depoimento, o diretor do HU disse que da Cunha afirmou que ainda estavam pendentes R$ 551 mil a serem pago.

O advogado de Matheus de Souza Leão, proprietário da empresa, nega envolvimento em irregularidades. A mãe e o pai de Leão também têm empresas de portaria. A empresa da mãe nunca prestou serviço ao poder público, segundo o advogado. Já a empresa do pai já prestou serviço de portaria ao Pronto Socorro no passado, conforme apurado pela reportagem. A CPI do Pronto Socorro está sendo conduzida pelo vereador Rafael Amaral (PP) como presidente e por Jurandir Silva (PSOL) como relator.

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